À ordem

Ernani Spagnuolo

Advogado, Cientista Jurídico, Político e Social. Instagram: @uadvogado

A caridade não pode ser marketing pessoal

A essência da caridade está no altruísmo, no desejo genuíno de ajudar o próximo sem esperar nada em troca. No entanto, em tempos de redes sociais e busca incessante por aprovação e likes, muitas ações solidárias se transformaram em ferramentas de autopromoção.

Quando a generosidade se torna apenas um espetáculo para ganhar reconhecimento, será que ainda podemos chamá-la de caridade?

A caridade verdadeira não precisa de holofotes.

O ato de ajudar deve ser um gesto desinteressado, movido pela empatia e não pelo desejo de ser visto como uma pessoa bondosa.

O problema da “caridade midiática” é que, muitas vezes, a necessidade do outro se torna um mero pano de fundo para o engrandecimento de quem doa.

Isso não significa que divulgar ações solidárias seja algo sempre negativo. Se a exposição inspira outras pessoas a ajudar, pode ter um valor social. O problema surge quando o foco sai do beneficiado e passa a ser o benfeitor.

Quando a caridade vira um palco para o ego, perde-se sua essência e ela se torna, na verdade, um investimento em imagem pessoal.

A verdadeira caridade acontece no silêncio, longe dos flashes e das legendas ensaiadas.

Ela não precisa ser validada pelo olhar dos outros, porque seu valor está no impacto real que causa na vida de quem precisa.

Além disso, uma caridade que diferencia pessoas, que vê uma pessoa como mais merecedora do que muitas, cria-se um ciclo de favorecimento e desigualdade.

  

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