Advogado, Cientista Jurídico, Político e Social. Instagram: @uadvogado
A ideia de propriedade – pensar que algo é ‘meu’ ou ‘nosso’ – é algo que todos precisamos refletir. Da mesma forma, as famílias precisam entender isso para evitar conflitos entre aqueles que se amam.
Já parou para pensar que, talvez, a ideia de propriedade não precise ser tão individualista, mas mais comunitária?
O jeito como a família ensina as pessoas a enxergar o mundo acaba moldando a sociedade. E o jeito como entendemos o mundo transforma a realidade em que vivemos.
Curioso, não é? Quando a gente começa a falar sobre compartilhar bens ou dividir o que tem, muitas vezes alguém já pensa: ‘Isso é comunismo’.
Não é nada disso! Já aviso que comunismo não tem nada a ver com este assunto aqui. Cada um tem sua opinião, e respeito isso, mas a verdade é que, quanto menos o governo interfere nas nossas vidas, mais tranquilas elas tendem a ser.
O que quero trazer aqui é uma conversa sobre o que acontece dentro da família, especialmente quando o assunto é herança ou bens compartilhados.
Quando existe algo a ser dividido, é porque algo foi conquistado antes. Normalmente, o esforço de uma geração beneficia a próxima, seja de forma positiva ou negativa. Como isso será usado é escolha de cada um.
A mensagem principal deste texto é simples: dentro de uma família, a ideia de compartilhar deveria ser prioridade, desde as coisas mais básicas, como roupas, até as maiores, como carros. Aquele pensamento de ‘isso é meu’ e ‘isso é seu’, que aprendemos lá atrás, poderia ser substituído por ‘isso é nosso’.
Compartilhar o pão é uma metáfora que nos exige ser melhores.
É claro que cada um tem suas preferências. Você pode dizer: ‘Eu gosto mais de dirigir esse carro’ ou ‘Prefiro usar aquela jaqueta’. Faz parte do ser humano ter gostos próprios. Mas por que não dividir isso de forma saudável? Por que não compartilhar aquilo que foi conquistado juntos, mesmo que por um só?
Aprender a dividir não só fortalece as relações dentro de casa, mas também pode impactar o mundo de forma positiva. E não, isso não significa que alguém vai poder tirar sua propriedade ou suas coisas. Não invada a propriedade alheia, é inconstitucional.
Estou falando de algo maior: cuidar do que é de todos, como os espaços públicos, o meio ambiente e o planeta em que vivemos.
Isso é sobre construir um mundo melhor, pensar nas próximas gerações e agir de forma generosa. É uma forma de ser humano. É sobre cuidar do que realmente importa e evitar longos processos de inventário e o desamor entre aqueles que nos são mais caros.
Quando se aprende a dividir desde pequeno, quando grandes cada um sabe o que é seu.
Afinal, o verdadeiro valor das coisas não está em tê-las para si, mas em saber compartilhá-las.
Quando entendemos que o ‘nosso’ tem mais força do que o ‘meu’, construímos laços mais fortes e um mundo melhor. A grande herança que deixamos não são os bens, mas os valores que ajudamos a espalhar. Que possamos transformar a propriedade em um ato de união.
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