À ordem

Ernani Spagnuolo

Advogado, Cientista Jurídico, Político e Social. Instagram: @uadvogado

Ainda Estamos Devendo Aqui

O Brasil precisa ser estudado. Sempre que participo às quintas-feiras do programa Radar na 98.3 FM, tenho que repetir um bordão: “O Brasil é o país do ‘pode’, mas depende”.

 

Somos um povo que enfrenta dificuldades, mas seguimos em frente como se nada estivesse acontecendo.

 

Estamos, literalmente, sendo prejudicados, e já não há mais espaço para metáforas: a realidade exige palavras diretas.

 

É Carnaval, e enquanto os foliões tomam as ruas, o brasileiro comum segue endividado, fazendo empréstimos e lutando para sobreviver. A verdade é uma só: o brasileiro continua se fodendo.

 

Enquanto isso, um prêmio internacional celebra um filme que retrata a resistência contra a ditadura do passado, mas ignora os sinais claros de um novo ditador que já se instalou no país presente.

 

Não é algo que “está por vir”, mas algo que se revela diante de nós: e não por meio de generais ou tanques, mas pelo Supremo Tribunal Federal, que cada vez mais concentra poder e impõe sua vontade sobre o país.

 

Estamos diante da supremacia de um ministro ou de um supremo tribunal? Todos esses escritos com letras minúsculas servem para ficar claro sua pequenez frente ao povo que é escravizado com decisões fundamentadas em crenças pessoais e não na lei e na justiça.

 

Mas é importante lembrar que, acima da supremacia de qualquer instituição, existe a soberania popular. E essa soberania não pertence a poucos, mas ao povo, como garante a Constituição.

 

No entanto, essa garantia parece ser apenas um detalhe escrito no papel, enquanto um projeto de poder avançava, pouco a pouco, diante dos olhos de todos e agora parece saltitar como se fosse um bloco de carnaval: Unidos do Supremo.

 

E o povo? Segue sem ser convidado para participar na folia dos camarotes sendo relegado à pipoca que segue colhendo as migalhas que caem do trio elétrico conduzido pelo rei careca.

 

O povo ainda está aqui, devendo, tentando resistir. Até quando? Essa é a grande questão.

 

Até quando ainda estaremos aqui, sustentando um sistema patrimonialista e um tribunal supremo que ignora a supremacia do próprio povo?

 

Nas palavras de Geraldo Vandré:

 

“Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”

 

 

 

 

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