O Ministério da Saúde confirmou, esta semana, duas mortes por febre oropouche no país. Até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença. As mortes são de mulheres que viviam no interior da Bahia. Tinham menos de 30 anos de idade, sem comorbidades, e apresentaram sintomas semelhantes aos de dengue severa.
Há, em curso, uma investigação sobre uma morte em Santa Catarina e se quatro casos de interrupção de gestação e dois de microcefalia em bebês têm relação com a doença (Pernambuco, Bahia e Acre). No último dia 11, o Ministério da Saúde emitiu nota técnica a todos os estados e municípios recomendando o reforço da vigilância em saúde sobre a possibilidade de transmissão vertical do vírus.
A medida foi adotada após o Instituto Evandro Chagas (Belém, Pará) detectar a presença do genoma do vírus em um caso de morte fetal, e de anticorpos em amostras de quatro recém-nascidos com microcefalia. No entanto, o ministério destacou que não há evidências científicas consistentes sobre a transmissão do vírus Orov da mãe infectada para o bebê durante a gestação e nem sobre o efeito da infecção sobre malformação de bebês ou aborto.
Este ano, já foram computados 7.236 casos de febre do oropouche em 20 estados. A maior parte foi identificado no Amazonas e em Rondônia. Em Minas Gerais, a região que mais concentra notificações é a parte leste do estado, onde os casos saltaram de 3 para 79, em cinco cidades daquela parte de Minas, a contar do final do mês de maio ao dia 23 de julho.
Continua depois da publicidade
SOBRE A FEBRE OROPOUCHE
A febre Oropouche é uma doença viral. O vírus Orov é transmitido, principalmente, por meio da picada de um mosquito conhecido como maruim (Culicoides paraensis), bem como por espécies do mosquito Culex. No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez em 1960. O ministério explicou que a febre oropouche pode ser confundida com a dengue. A doença evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular).
Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Os sintomas duram cerca de dois a sete dias. Mas, até 60% dos pacientes podem apresentar recorrência dos sintomas, após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais. A maioria das pessoas tem evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves. Até o momento, não há tratamento específico para a febre oropouche. A terapia atual apenas alivia os sintomas.
O escritório da Sou Patos está situado no seguinte endereço:
Rua Olegário Maciel, 63 – sala 108
Centro
Patos de Minas – MG
CEP: 38.700-122