Gerais

Com a palavra, o Ministério Público

Mais de seis milhões de dinheiro público direto para os cofres da Pássaro Branco, em “aumento de passagem de ônibus mais alto já autorizado em 132 anos de história”.

Denúncia foi protocolada hoje, dia 4 (foto: Sou Patos)

Foi protocolada na manhã de hoje (4), no Ministério Público de Minas Gerais, em Patos de Minas, nova denúncia assinada pelo presidente do Diretório Municipal do Partido Verde, o senhor Valter Garcia Morato. O conteúdo faz nova referência à redução da passagem de ônibus na cidade, que entrou em vigor em ano eleitoral, caindo de R$ 4,00 para R$ 3,00 para os patenses. Na denúncia, é destacado que a empresa de transporte público urbano, a Pássaro Branco, irá receber da Prefeitura R$ 1,76 por passageiro transportado, cerca de R$ 6 milhões e 300 mil dos cofres públicos neste ano de 2024.

 

“Ocorre que o prefeito de Patos de Minas concedeu aumento de 19% no preço da tarifa (…) elevando o preço da passagem para R$ 4,76, todavia, a prefeitura irá pagar para a Pássaro Branco a diferença entre o preço cobrado do usuário e o valor repassado à concessionária, significando dizer que a prefeitura paga para a empresa detentora da concessão R$ 1,76 por passageiro, logo, quem arcou sozinho com o aumento de 19% foi o Município”, diz trecho do texto.

 

Em outra parte, é dito que “o aumento autorizado é 4,11 vezes a inflação do período, o percentual mais alto já autorizado por um prefeito em 132 anos de história. Outrossim, quem vai pagar o aumento não é o usuário, é, sim, o Município, logo está caracterizada a injeção direta de recursos públicos para a conta da Pássaro Branco, todavia, os recursos transferidos com autorização dos vereadores, em ano eleitoral, foram inflados, na medida em que a correção foi de 19%, logo, a transferência de recursos públicos para empresa privada é composta por valores substancialmente maiores que a inflação”.

Continua depois da publicidade

NÃO PREVISTO NO PLANO PLURIANUAL

 

Nesse sentido, o denunciante faz o seguinte questionamento ao Ministério Público de Minas Gerais: “Nobre Promotor de Justiça, a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, fechou o acumulado de 2023 em 4,62%, ora, se a inflação foi de 4,62%, então como pode um aumento na passagem de 19%?”.

 

A denúncia de Morato cita, ainda, outro ponto relevante a ser considerado: que o “subsídio não estava previsto no Plano Plurianual, não estava previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias e nem na Lei Orçamentária Anual, numa nítida demonstração que os projetos de leis 5.882 de 27 de dezembro de 2023 e 5.905/2024 têm caráter eminentemente oportunista e de cunho eleitoral”.

 

Aguarda-se, agora, que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado se manifestem a respeito da denúncia protocolada. Segundo artigos anteriores publicados por esta revista eletrônica, a votação realizada na Câmara Municipal na última semana, com os vereadores autorizando a abertura de crédito adicional com a finalidade de subsidiar a passagem de ônibus urbano na cidade, pode tornar os parlamentares que votaram a favor, inelegíveis nas eleições vindouras.

 

Abaixo, está a denúncia protocolada na íntegra.

 

O escritório da Sou Patos está situado no seguinte endereço:

 

Rua Olegário Maciel, 63 – sala 108

Centro

Patos de Minas – MG

CEP: 38.700-122