Um estudo divulgado hoje (16) pelo Observatório da Branquitude – organização que analisa as desigualdades raciais no Brasil com base em dados do Censo – indicou que escolas públicas em que a maioria dos alunos é negra, têm infraestrutura pior do que as unidades de ensino em que a maior parte dos matriculados são brancos.
As escolas foram divididas em duas categorias: escolas predominantemente brancas, com 60% ou mais de alunos autodeclarados brancos; e escolas predominantemente negras, com 60% ou mais de alunos autodeclarados pretos ou pardos. Em suma, foram mapeadas 12.376 unidades com maioria branca e 21.992 predominantemente negras. A desigualdade é constatada através da existência de bibliotecas, quadra de esportes, laboratórios e na rede de esgoto.
O estudo indicou que 69% das escolas de educação básica com melhor infraestrutura no Brasil são majoritariamente brancas, e mais da metade das escolas com maioria de alunos negros não têm biblioteca, laboratório de informática ou quadra de esportes.
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ÍNDICE ECONÔMICO
A desigualdade também é notada geograficamente. Nas regiões sul e sudeste do Brasil, há uma maior representação de unidades escolares brancas com índices econômicos mais altos. Já as escolas com maioria negra e com índices econômicos mais baixos são mais presentes nas regiões sudeste – com presença reduzida em São Paulo – no norte (Amazonas, Pará e Amapá) e nordeste (Maranhão).
A pesquisa também separou as unidades de ensino conforme as faixas socioeconômicas 3 e 4 do indicador socioeconômico criado pelo Ministério da Educação. A escala do indicador vai de 1 a 7. As escolas com a classificação 1 estão majoritariamente no Amazonas, Pará e Maranhão. Todas essas situadas em regiões rurais e menos de 70% têm água potável. Já as 32 unidades no nível 7, de maioria branca, estão em maior número em centros urbanos e todas têm água potável.
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