Advogado, Cientista Jurídico, Político e Social. Instagram: @uadvogado
Vivemos em um mundo onde o controle é a regra, e a liberdade, uma exceção. Onde as verdades que nos cercam são vendidas como absolutas, mas escondem intenções manipuladoras. Questionar não é apenas um ato de coragem – é um grito de resistência.
A confiança, hoje, é como uma ponte sobre um abismo: frágil, instável, e muitas vezes, incapaz de sustentar o peso de nossas expectativas. Andamos desconfiados pelas ruas, trocamos palavras cautelosas com quem tenta nos inspirar confiança, e navegamos perdidos pelos mares de informações da internet. No fim, somos assaltados, decepcionados ou enganados.
“São tempos difíceis para os sonhadores”, diria Amélie Poulain.
A confiança não se exige; ela se conquista. Sua raiz, no latim confidere, significa acreditar plenamente, com firmeza. Mas como acreditar em algo quando tudo ao nosso redor parece frágil, incerto?
A resposta óbvia seria: primeiro, acredite em si mesmo. Mas como acreditar no que não se conhece? Como encontrar nossa própria verdade em meio à cacofonia de vozes – especialistas, autoridades, algoritmos -, todos afirmando possuir a resposta?
Estamos diante de uma crise de confiança: nas instituições, nas pessoas, nas informações.
A era da informação nos prometeu clareza, mas nos entregou confusão. Aquilo que deveria libertar se tornou uma arma para manipular e controlar.
A maioria das instituições construiu sua autoridade sob a promessa de buscar a verdade.
Mas, muitas vezes, essa promessa é uma mentira. Segundo meu atual professor favorito:
“Ocupantes de cargos políticos, juízes, médicos, jornalistas da grande imprensa e especialistas acadêmicos formam conluios de elite. Eles não buscam a verdade. Espalham desinformação para garantir poder e privilégios às custas do povo”.
A informação se tornou um campo de batalha. Opiniões viraram munições. Verdades pessoais colidem como lâminas em um duelo sem vencedores.
Karl Marx afirmou que o poder é a única realidade. Que a informação é uma arma nas mãos das elites, usada para proteger privilégios de classe.
E, ironicamente, hoje eu concordo com ele. Não porque acredito em suas ideias, mas porque sei que a verdade nunca é binária. Os fatos, inevitavelmente, passam pelo filtro social de quem os interpreta.
No entanto, entre a informação e a desinformação, existe um espaço. Um limbo. É nesse espaço que as falhas no sistema encontram força. Porque são as falhas que têm o poder de derrubar estruturas inteiras.
Uma falha no sistema não é um erro. É uma escolha.
É um ser humano que recusa o conformismo, que questiona as imposições e ousa acreditar em suas próprias verdades.
Eu sou essa falha.
E você? É uma engrenagem ou uma falha? Está na hora de decidir.
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