Agenor Mendonça foi proprietário de uma banca de revistas na cidade. Tinha um problema seríssimo na perna esquerda, que, inclusive, estava engessada depois de uma cirurgia.
Nelson Volci Mariano, apelidado de Pé de Macaco e apaixonado por um milagre, foi visitá-lo. Depois de jogar muita conversa fora, convenceu o Agenor de ir à cidade de Abadiana, no Estado de Goiás, para ser curado; Nelson garantia que ele sairia de lá pronto para corrida de São Silvestre, em São Paulo, naquele mesmo ano.
E foram.
Entraram na fila em busca do milagre. O pastor era bom de papo e com uma influência muito grande de quase todos os santos, das santas também, de Cristo e até de Deus.
Agenor, na fila, apoiado na muleta, ao lado do Pé de Macaco, esperava sua vez.
Já quase noite, chegou a hora de ser atendido.
O Pastor, olhando nos olhos, gritou:
– Solte esta muleta e saia correndo, em nome de Deus!
O Agenor espantou-se com a ordem e olhou para o Pé de Macaco, com receio.
E o Pastor esbravejou, novamente:
– Solte esta muleta e saia correndo, em nome de Deus!
O Agenor joga a muleta para o lado e dá início à corrida. Cai e quebra a outra perna…