Lembro-me de quando ainda não existia internet e me recordo muito bem de como ela começou. Bom, pelo menos pra mim. Meu interesse por computadores sempre foi um hobby, e a internet foi seu maior catalisador.

A internet era discada, e a conexão caía sempre que alguém tirava o telefone do gancho. Naquela época, nem as mentes mais brilhantes conseguiam prever o que estava por vir.

Lembro de uma citação atribuída a Bill Gates, em que ele dizia: “ninguém nunca vai precisar de mais do que 640 quilobytes de memória em seu computador pessoal”. Para quem não tem noção do que isso significa, basta lembrar dos antigos disquetes. 640 quilobytes era a capacidade de armazenamento deles. Hoje, computadores e até mesmo telefones não funcionam bem sem pelo menos um gigabyte de memória.

E por que estou olhando para o passado? Porque o futuro que se apresenta me assusta tanto que preciso manter minha mente no presente. E quando digo “assustado”, uso mais como licença poética, pois a palavra correta seria “decepcionado”. Esperava mais de nós como seres humanos, como raça.

O fim da história humana se aproxima, como previsto por Yuval Noah Harari. E será contado e lembrado pela Inteligência Alienígena que estamos criando e alimentando cotidianamente. “Inteligência Alienígena” é como o professor se refere à IA (Inteligência Artificial). Em seu último livro, Nexus: Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à Inteligência Artificial, o israelense não está nada otimista em relação ao nosso futuro como espécie.