Advogado, Cientista Jurídico, Político e Social. Instagram: @uadvogado
As lições que moldam nossas vidas geralmente nos chegam por meio dos exemplos que recebemos na infância e são aperfeiçoadas à medida que crescemos e conseguimos compreender o que nos foi ensinado.
Mas o que acontece quando percebemos que tudo o que nos foi ensinado está errado? Acabamos embarcando em uma jornada de autoconhecimento que nos leva a questionar nossos pais, nossos professores, nossas crenças e, por fim, a nós mesmos.
Tal percepção, muitas vezes, faz o ser humano “entrar em parafuso”. Ou melhor, nos coloca em uma espiral que pode ser ascendente ou descendente.
Certa vez, ouvi um yogui contar uma história sobre “um fazendeiro que reclamava a Deus por uma colheita mal sucedida em razão do clima daquele ano.
Naquela época, ao que parece, Deus ainda ouvia os homens e decidiu conceder ao fazendeiro o poder de controlar o clima.
O fazendeiro, então, munido de tal poder, iniciou novamente sua plantação.
Quando julgava necessário sol, este aparecia. Quando entendia que precisava de chuva, chovia.
No final do ano, ao pegar sua foice para colher o trigo, percebeu que os caules estavam ocos. Não haveria o que colher novamente.
Intrigado, o fazendeiro questionou Deus mais uma vez:
– Por que, tendo o sol e a chuva que pedi, não consegui a colheita que esperava?
O Senhor, na última vez em que conversou com aquele homem, explicou:
– Você pediu sol e chuva quando julgava necessário, e isso foi suficiente para que a colheita se formasse. Mas você se esqueceu de pedir o mau tempo, para que o vento, as tempestades e até mesmo as secas purificassem o solo e tornassem a colheita perfeita”.
A percepção de que tudo o que nos foi ensinado pode estar errado é um marco essencial no desenvolvimento pessoal e intelectual, pois nos obriga a repensar crenças e valores que julgávamos certos.
Sair da zona de conforto pode ser perturbador, mas é também um chamado para questionar, investigar e construir nossas próprias verdades.
Esse processo não é fácil e, muitas vezes, nos conduz por períodos de “mau tempo”.
Com o tempo, percebemos que o que nos foi ensinado não veio de pessoas mal-intencionadas, mas de pessoas limitadas pelo que sabiam. Entender que as pessoas são condicionadas por sua própria ignorância nos torna mais empáticos com os problemas e limitações alheios.
Afinal, ignorância não é sinônimo de burrice; a melhor definição de ignorância é a incapacidade de compreender o contexto em que se está inserido.
Somente quando abandonamos nossas certezas preconcebidas conseguimos criar nossas próprias verdades.
Vivendo em sociedade, é necessário ser ainda mais paciente. Nem todos estão preparados – ou dispostos – a permitir que suas verdades e crenças sejam questionadas, muito menos contrariadas.
O aprendizado é contínuo, e nunca é tarde para mudar.
Mudar exige coragem e humildade, mas é nesse movimento que encontramos a liberdade para construir uma vida mais autêntica.
Afinal, a sabedoria não está em saber tudo, mas em saber que sempre podemos aprender mais.
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