Gerais

Maior seca da história: as 24 cidades há mais tempo sem chuva no Brasil estão em Minas Gerais

Todos esses municípios se concentram na região norte do estado.

(fonte: Cemaden)

Minas Gerais é o estado que mais sofre com a falta de chuva, neste período tido como o da maior seca em extensão já anotada no Brasil. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), os 24 municípios que estão mais dias consecutivos sem receber chuva ficam no território mineiro, mais precisamente no norte do estado: desses, 10 estão há 158 dias sem chuva; e 14 há 157 dias.

 

As 24 cidades listadas são: com 158 dias sem precipitação, estão Catuti, Nova Porteirinha, Pai Pedro, Verdelândia, São João da Ponte, Janaúba, Ibiracatu, Porteirinha, Itacarambi, Felixlândia, Jaíba e Morro da Garça. Com 157 dias, estão Montes Claros, Capitão Enéas, Riachinho, Varzelândia, Delta, Glaucilândia, Guaraciama, Juramento, Cedro do Abaeté, Martinho Campos, Pitangui e Jequitibá.

 

A faixa do país sem chover há mais 150 dias se prolonga pelos estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia. Porém, quase toda a região centro-oeste e parte do norte, sudeste e nordeste estão sem receber precipitação há, ao menos, 120 dias. Sem chuva entre 90 a 120 dias consecutivos está grande parte do interior do Brasil, com cidades de estados de todas as regiões. Em Patos de Minas, o último dia de chuva registrado foi em 26 de abril passado, ou seja, há 140 dias.

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SECA NO BRASIL

 

O Cemaden, que é uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, divulgou nota com informações sobre a criticidade da seca no Brasil. O documento se baseia em dados históricos e na situação atual. Foram analisados fatores como recorrência, extensão, intensidade e os impactos em diversos setores, incluindo a agropecuária, terras indígenas e recursos hídricos, além de breve discussão sobre as possíveis causas.

 

Embora a seca tenha se intensificado entre os meses de maio e agosto de 2024, o monitoramento do Cemaden indica que o fenômeno começou a se manifestar no 2º semestre de 2023, especialmente na faixa que vai do Acre e Amazonas até São Paulo e o Triângulo Mineiro. Como consequência, muitos municípios já enfrentam condições de seca por 12 meses consecutivos, o que tem reduzido os níveis dos rios e aumentado o risco de propagação de fogo.

 

As causas da seca resultam de uma combinação de fatores que abrangem diferentes escalas espaciais e temporais. Em 1º lugar, a estação chuvosa passada foi deficitária em toda a porção centro-norte do país, em decorrência da atuação do fenômeno El Niño, que normalmente causa diminuição das precipitações nesta região. Em consequência, a fraca estação chuvosa passada não conseguiu repor adequadamente a umidade do solo e da vegetação, nem recarregar os aquíferos, mantendo os níveis dos rios abaixo dos níveis esperados.

 

Em 2º lugar, a atual estação seca começou de forma antecipada, já no mês de abril, com o qual o solo e a vegetação começaram a perder umidade de forma prematura e sistemática, e os níveis dos rios foram diminuindo gradativamente, atingindo níveis inferiores aos observados no mesmo período de 2023.

 

E finalmente, destaca-se a influência de dois fenômenos que atuam no longo prazo: (1) as mudanças climáticas, que estão gerando um aquecimento progressivo da atmosfera e que tendem a produzir sequências mais longas de dias sem chuva; e (2), as mudanças do uso do solo que, ao substituir áreas de floresta por áreas dedicadas à agricultura e/ou a pastagens, degradam uma fonte importante de umidade, tanto do ar quanto do solo, o que deriva na redução da umidade ambiente e, consequentemente, das precipitações.   

 

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