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“Porra, cê tá de sacanagem”
Provavelmente, seria essa a expressão do finado Agostinho Carrara, ao saber que seu intérprete, ou melhor, quem o interpretava decidiu que não é mais um homem branco.
Pedro Cardoso dizer que escolheu “não ser um homem branco” é quase tão absurdo quanto alguém dizer que homem engravida.
Esses delírios sociais que antes estavam restritos à questão de gênero, agora parecem ganhar um assento na questão racial.
Infelizmente (ou felizmente, dependendo do ponto de vista), a biologia e a estrutura social não funcionam por adesão voluntária.
É admirável querer chutar a escada dos privilégios, mas achar que dá para, simplesmente, se descolar da branquitude como quem cancela uma assinatura de streaming, é um delírio.
O racismo não manda um formulário perguntando se você quer continuar participando – ele, simplesmente, existe, você goste ou não.
Pedro pode ser crítico, pode se revoltar, pode fazer palestras sobre o tema, mas, no fim do dia, continuará sendo lido como um homem branco e tratado como tal.
Escolher não ser branco?
Só se existir um botão para desconectar o sistema que o resto de nós desconhece.
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